Páginas

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Literatura e Meio Ambiente


   A literatura sempre esteve preocupada com o meio ambiente.
   E os poetas viveram em determinada época e em determinado contexto.
   E esse contexto (no qual se inclui o ambiente em que eles estavam inseridos) era retratado em suas obras.
O que contribui para determinação e caracterização do espaço e consequentemente da época retratada.
   Como por exemplo, na literatura informativa do Brasil (1500-1601), onde Pero Vaz de Caminha descreve minuciosamente o Brasil, e deixa transparecer o encanto e o brilho nos seus olhos ao vislumbrar a nossa terra. O Brasil apesar de não conter em si ouro e prata, continha aspectos originais e surpreendentes, como os nativos, que tiveram detalhamento especial por parte de Caminha, andavam nus e dotavam de inocência considerável, e até mesmo o ecossistema que segundo o escrivão possuía águas infinitas e em razão disso, tudo que se plantava se dava.
   O Arcadismo (1768-1839), também dedicou atenção considerável ao meio ambiente, tanto que se afirmou que o Homem só seria feliz se estivesse em contato com a natureza. A composição de Zé Rodrix e Tavito “Casa no Campo” denuncia o desejo atenuado de estar em contato com o meio ambiente preservado.
A natureza brasileira no Romantismo brasileiro (1839-1880) era supervalorizada e idolatrada, e influenciava o estado de espírito do poeta, se a natureza estivesse triste o poeta também estava triste. Merece citação o poema romântico de Gonçalves Dias “Canção do Exílio” onde ele lamenta o fato de não está em seu país: o Brasil, e deseja desfrutar nem que seja pela ultima vez dos primores de sua terra.
   No Realismo/Naturalismo brasileiro (1881-1893) os poetas continuarão a amar a natureza, só que passarão a vêla-la com olhos críticos, porque as coisas passarão a não ser tão perfeitas, por causa do fato que mudará definitivamente o meio ambiente: o nascimento das indústrias. A obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo foi o primeiro romance que retratou aspectos negativos da natureza, essa obra trata do egoísmo humano e das desigualdades sociais, fruto da implantação das indústrias.
   A natureza Brasileira no Modernismo Brasileiro (sec.xx) será retratada em diversas obras, e por diversos poetas, como em: “Os Sertões” de Euclides da Cunha, onde trata da seca e outros fatores do ecossistema do sertão da Bahia, e tem como objetivo principal descrever e detalhar a Guerra de Canudos, este foi o primeiro romance onde se observa a natureza não favorecendo o homem. Podemos também citar a obra “Macunaíma” de Mário de Andrade onde se conta a história do primeiro anti-herói retratado nos livros, Macunaíma é um índio que vive em contato com a natureza, que decide ir para a cidade grande a procura de um talismã, chegando á cidade se decepciona e se horroriza ao ter um primeiro contato com a poluição.  “A Bagaceira” de José Américo de Almeida trata sobre a seca do Nordeste. E “O Quinze” de Rachel de Queiroz retrata a seca do Nordeste de 1915. Entre tantos outros autores de nossa Literatura que se preocuparam em retratar a natureza brasileira.
   Uma coisa não se pode negar: seja se tratando de aspectos negativos ou aspectos positivos da nossa natureza, todos os poetas conseguiram retratar de forma brilhante o ecossistema brasileiro. Dando origem a uma literatura convidativa e que nos surpreende a cada nova releitura, modificando muitas das vezes as nossas idealizações, nossos pensamentos, nosso olhar ante ao ecossistema brasileiro. Fazendo-nos tomar uma posição diante dos fatores que deflagram a nossa natureza. E é essa a intenção da literatura, convidar-nos a tomarmos conhecimento sobre os mais diversos assuntos.   
                                                                                                                                          Camila Maia






Nenhum comentário:

Postar um comentário